
Como eu transformei uma crise em método e por que sua construtora também pode virar lucro
Vender carro, terreno, imóvel. Chegar ao ponto de “não ter mais nada”. Perder o sono, a saúde, a vontade. Foi assim que começou a história que deu origem ao ObraNaMão — e é essa história (e as lições dela) que quero compartilhar com você para provar uma coisa simples: lucro não é sorte. É gestão.
A queda — e o único momento que importa: a virada
Quando as obras começaram a atrasar, o dinheiro não fechava. Equipe desmotivada, cliente reclamando, ameaça de processo, pressão alta, insônia. Num desses dias, um investidor me perguntou só duas coisas: “Quanto vai custar terminar a obra?” e “Quando vai terminar?”
Não sabia responder. E essa pergunta ecoou: se o cliente só quer saber custo e prazo, por que eu não conseguia responder?
A partir daí eu revi tudo. Não tinha processo, não tinha método. Comecei a mapear cada passo: das compras ao estoque, do canteiro ao escritório. Desenhei um método. E percebi: o método só funcionaria se pudesse ser acessado rápido — na palma da mão. Nasceu a ideia de um software que entregasse respostas em tempo real.
Quando colocamos o método pra rodar nas nossas obras, os resultados apareceram.
O que mudou — o método por trás da transformação
O que salvou nossa empresa não foi mágica, foi uma sequência prática de decisões:
1. Mindset: “chega” e compromisso com a mudança
Você precisa querer mudar. Dizer “chega” para a corrida louca, para a guerra de preço, para operar no desespero. O primeiro passo é decidir que sua empresa merece lucro.
2. Dois pilares da gestão lucrativa
A gestão lucrativa tem dois pilares que precisam andar juntos:
- Empresa (negócio): vendas, marca, marketing, metas, processos administrativos.
- Obra (execução): controle de insumos, qualidade, produtividade, medição.
Se você focar só em um lado, o resultado será ameaçado.
3. Vendas com constância e metas
Vendas não acontecem por esperança. É preciso ritmo e meta. Defina quanto você precisa vender por mês/ano para sustentar o escritório e o pró-labore. Desenvolva parceiros de venda: corretores, arquitetos, clientes antigos, fornecedores.
4. Processos claros e fáceis
Processo começa com papel e caneta. Como será a compra de material? Como será a conferência do serviço do terceirizado? Quem mede, com que frequência e com que padrão? Processo é a lei da empresa — sem processo, ninguém faz certo sem você vigiando 24h.
5. Metas em todo setor
Compras, obra, administrativo, financeiro — todos com metas. Não é só número: meta também é entregar com qualidade (menos retrabalho = menos gasto).
6. Controle de fornecedores e terceirizados
Negocie não só preço, mas logística, forma de pagamento, qualidade e compromisso de entrega. Trate fornecedores que te trazem R$100k como parceiros — sente à mesa, negocie, alinhe expectativa.
7. Ferramentas que entregam respostas na palma da mão
Planilha e WhatsApp não bastam. Você precisa de informação acessível e confiável onde estiver: medição atualizada, estoque, compras pendentes, fluxo de caixa por obra. Isso evita “sangrar a obra” para tapar buracos.
O que você pode aplicar já — checklist prático
- Dê um grito de chega: decida que vai mudar.
- Defina metas de venda mensais e comunique à equipe.
- Escreva 5 processos essenciais (compra, recebimento, medição, pagamento de terceirizados, conferência de qualidade).
- Implemente uma rotina de medição semanal (não deixe para o final).
- Exija metas e relatórios dos compradores e mestres de obra.
- Sente com fornecedores estratégicos e alinhe prazos/qualidade.
- Use uma ferramenta que consolide: orçamento, planejamento, compras, estoque e diário de obra.
Por que vale a pena — além do dinheiro
Não é só sobre lucro — é sobre qualidade de vida. Eu não queria mais perder momentos com minha família, perder saúde, deixar de assistir meu filho crescer. Gestão lucrativa permite que você seja empresário e líder das obras, que você venda sem entrar numa guerra de preço, que sua equipe trabalhe com propósito e metas.
Conclusão — o lucro é resultado do que você merece fazer
Cada obra, cada cliente, cada fornecedor fazem parte do que você construiu — e do que você merece colher. Lucro é consequência direta da gestão que você implanta hoje. Se você está cansado de apagar incêndio, de vender barato, de trabalhar feito bombeiro — comece pela mente, depois pelos processos e pelas ferramentas.