Blog do Obra na Mão

O blog do construtor

Como não perder dinheiro com a mão de obra da sua obra

Se você já trabalha com obras (ou está começando agora), precisa entender uma coisa: a mão de obra pode ser a parte que mais tira o seu lucro.

Material você controla por nota, por quantidade, por orçamento. Agora… mão de obra? Se você contrata errado, paga errado e acompanha errado, você abre a porta para prejuízo, dor de cabeça e até processo trabalhista.

Este artigo é exatamente sobre isso: como contratar e gerenciar sua mão de obra de um jeito que proteja o seu lucro.


Qual é o seu objetivo como construtor?

Vamos alinhar o básico.

O objetivo de quem empreende na construção civil — engenheiro, arquiteto, mestre de obras, construtor — é simples:

  • Ganhar dinheiro.
  • Ter qualidade de vida.
  • Trabalhar com prazer e não viver apagando incêndio.

O problema é que muita gente sabota esse próprio objetivo todos os dias:

  • Contrata mão de obra “do jeito que der”.
  • Aceita trabalhador problemático só porque estava “com pressa”.
  • Deixa a gestão da equipe para depois.

Isso custa caro. Muito caro.

Se você quer obra lucrativa, precisa tratar a gestão da mão de obra como prioridade, e não como detalhe.


Por que a mão de obra é tão crítica (e tão perigosa)?

Porque ela tem duas fontes de risco enormes:

  1. Produtividade ruim / retrabalho
    • O pedreiro aplica o revestimento errado.
    • A equipe faz janela fora da marcação.
    • O azulejo do banheiro vai parar no piso da sala.

Você paga o serviço, paga o material de novo, perde prazo e ainda precisa explicar para o cliente.

  1. Risco trabalhista
    • O Brasil é um dos países com maior volume de ações trabalhistas.
    • A construção civil sofre muito com isso.
    • Muitas vezes você acha que “ajudou” um cara, deu um extra, foi bonzinho… e depois ele te processa.

Importante: quem responde não é o dono da casa. É você, construtor. Mesmo quando tem terceirizado envolvido.

Ou seja: mão de obra mal contratada e mal controlada pode levar embora o lucro da obra inteira — e ainda ameaçar a saúde financeira da sua empresa e da sua família.


O erro mais comum: “vai entrando e depois a gente vê”

A cena é clássica.

Você vai começar uma obra. Chama dois ajudantes para limpar terreno, montar tapume, marcar eixo. Pede “depois me manda os documentos que eu faço tua CLT”.

Enquanto isso:

  • Já entrou pedreiro.
  • Já entrou mestre.
  • Já entrou ajudante do ajudante.
  • Já entrou mais dois que “o mestre trouxe”.

Ninguém formalizado direito.
Ninguém com contrato claro.
Ninguém registrado de forma consistente.

Passam-se 2, 3 meses assim.

E sabe o que acontece lá na frente?
A galera que entrou “só pra ajudar no começo” aparece com advogado cobrando direito trabalhista, adicional, hora extra, produtividade “por fora”, etc.

E você paga. Porque não consegue provar o contrário.

Outro risco: terceirizado “de boca”.
Você fecha com um empreiteiro, paga para ele, e ele leva quem ele quiser para dentro da sua obra. No papel você tem 4 nomes… mas no canteiro tem 9 caras que você nunca nem viu documento. Se der problema, quem segura é você.

Isso é extremamente comum.


A verdade que ninguém gosta de ouvir

Construtor pequeno e médio tem mania de contratar funcionário CLT sem planejamento.

Por quê isso é um problema?

  • CLT engessa.
  • CLT tem custo de demissão que muita gente nem coloca no orçamento da obra.
  • Muitas vezes você precisa daquele profissional só por 2 ou 3 meses (ex.: carpinteiro na fundação, eletricista no ponto grosso, gesseiro no acabamento), e depois não tem outra obra para realocar.

Aí você fica com gente parada na folha. Ou começa a pagar “por fora”. Adivinha: mais risco, mais custo, mais processo.


O pior perfil dentro do canteiro

Existe um tipo de colaborador que destrói obra.

É aquele cara que:

  • Reclama de tudo.
  • Acha tudo difícil.
  • Fala mal de qualquer controle.
  • Bloqueia inovação.
  • Bota desculpa para não aceitar empreita.
  • Faz corpo mole, mas posa de “veterano experiente”.

Esse cara é perigoso por dois motivos:

  1. Ele puxa o ritmo de todo mundo para baixo.
  2. Ele mina sua autoridade com o resto da equipe e até com o cliente.

Esse tipo precisa sair.
Se você mantém gente fraca e problemática no time, você está dizendo para o resto da equipe que esse comportamento é aceitável.

Você não está montando clínica psicológica. Você está tocando uma empresa.

Você precisa colocar gente que quer produzir, quer fazer bem feito, quer crescer com você, aceita processo, aceita meta e respeita hierarquia.


Como proteger seu lucro na prática

Agora vamos para o que interessa: os 5 passos para não perder dinheiro com mão de obra.

1. Não pague só por diária

Acabou a era do “R$ X por dia e pronto”.

Todo mundo precisa ter meta de produtividade. Do pedreiro ao ajudante.

Quando você paga só a diária sem meta, você compra tempo parado.
Quando você paga por resultado, você compra avanço de obra.

Então:

  • Mesmo se existir diária, ela precisa estar ligada a um volume mínimo de entrega.
  • “Ficar ali ajudando” não é função. Qual é a entrega do dia?

Sem meta, você vai pagar muito mais do que recebe de volta.

2. Prefira contratar por demanda / empreita

Sempre que possível, feche pacotes.

“Esse serviço aqui é R$ X fechado, você me entrega essa etapa pronta.”

Isso vale para quase tudo:

  • Fundação
  • Alvenaria
  • Reboco
  • Instalação elétrica
  • Gesso
  • Limpeza final da obra

Quase sempre dá para empreitar. O discurso “isso aqui não dá para empreitar” normalmente é resistência do trabalhador — não é realidade técnica.

E por que empreita é melhor?

  • Você sabe o custo daquela etapa ANTES.
  • Você reduz o risco de gente encostada.
  • Você consegue encerrar a relação sem ficar preso em longo prazo.

E tem mais um bônus: quando você monta equipes por empreita, a própria equipe expulsa o folgado. Se um ajudante não rende, os outros pedem para tirar, porque o fraco derruba o ganho de todo mundo. Isso limpa as “laranjas podres” sem você precisar brigar.

3. Não contrate mais gente do que precisa

Canteiro inchado é prejuízo silencioso.

Faça um teste simples: tire um ajudante de cada obra amanhã. Em muitos casos, a produtividade cai quase nada — ou nem cai.

Por quê? Porque tem muita gente que está ali só carregando material, varrendo e “dando apoio” o dia inteiro. Esse apoio deveria estar dentro da própria equipe que assumiu aquele pacote de serviço.

Quando você contrata por pacote/empreita, você já inclui:

  • Execução
  • Limpeza da área
  • Organização de material

E não precisa ter “equipe paralela de limpeza”, “equipe paralela de abastecimento”, etc. Você paga duas vezes sem perceber.

Enxugamento direto aumenta margem.

4. Defina processo e treine

“Ah, mas o pedreiro tem 30 anos de experiência”.
Não interessa.

Experiência não garante que ele vai fazer do jeito que você precisa.

Você precisa ter claro:

  • Como você quer a alvenaria (tela onde? verga como? espaçamento?)
  • Qual o padrão de assentamento de revestimento
  • Altura de janela
  • Como impermeabiliza
  • Quando entra cada etapa

Isso é “processo”. Processo não é burocracia. Processo é: quem faz o quê, quando e como.

E você tem que mostrar isso para a equipe ANTES de executar. Mostrar e registrar.

Você é pequeno? É exatamente por isso que você precisa de processo. Construtor pequeno não tem margem para refazer.

Treine e mostre o padrão. Explique assim: “Eu pago depois que eu confiro se está conforme foi pedido.”
Simples e direto.

5. Todo mundo tem meta. E a gestão tem que estar visível

Não é só a equipe de campo que precisa de meta. Até quem faz limpeza, até quem está no administrativo precisa ter entrega clara.

E dentro da obra, nada de “eu não sabia”.
Obra boa trabalha com gestão à vista.

O que é gestão à vista?

  • Planta impressa na parede com marcações claras.
  • Foto de referência do revestimento certo.
  • Altura já definida de esquadria.
  • Lista do que é proibido fazer.

Por quê isso importa?
Porque mão de obra adora dizer depois “ah, achei que era assim”, “ninguém explicou”, “não sabia que era esse acabamento”.

Se você deixa tudo claro e à vista, você:

  • Evita erro.
  • Evita retrabalho.
  • Evita pagar duas vezes.
  • Tem argumento pra não pagar serviço malfeito.

Lembre: refazer serviço não é só tempo. É material novo + mais diária + atraso no prazo + cliente irritado.


Um ponto extra: controle a comunicação com o cliente

Outro erro comum em obras menores e reformas residenciais: funcionário pegando intimidade demais com o dono da casa.

Começa assim:

  • “Faltou material aqui, viu?”
  • “Olha, teu construtor não mandou tal coisa.”
  • “Se você quiser eu faço um negócio melhor pra você…”

Isso mata sua autoridade, gera ruído, vira desconfiança e pode virar disputa de escopo depois.

Deixe claro: quem fala com o cliente é você.
Funcionário que fura essa hierarquia tem que sair. Isso não é detalhe. Isso protege teu nome, teu contrato e teu caixa.


Resumindo

Se você quer obra lucrativa, aplique isso imediatamente:

  1. Não pague diária sem meta.
    Cada pessoa precisa ter entrega mínima diária.
  2. Contrate por demanda (empreita/pacote).
    Feche serviço fechado, com começo, meio e fim.
  3. Pare de encher o canteiro.
    Equipe demais = dinheiro indo embora sem você notar.
  4. Tenha processo e treine.
    “Como eu quero que isso seja feito” precisa estar claro antes de começar.
  5. Gestão à vista e metas para todos.
    Nada de “eu não sabia”. Tudo colado na parede, tudo explicado, tudo conferido antes do pagamento.

E um bônus importante: afaste gente problemática e proteja sua empresa juridicamente.
Gente que só dá desculpa, trava inovação, tenta mandar mais que você ou tenta pular você para falar direto com o cliente — essa pessoa custa mais do que parece.


Onde o OBRANAMÃO entra nisso

Dentro do OBRANAMÃO você consegue:

  • Registrar quem realmente está dentro da obra (e não só quem “está no papel”).
  • Controlar produtividade e etapa entregue, e não só horas trabalhadas.
  • Padronizar processo e checklist de execução para cada frente de serviço.
  • Ter diário de obra com registro oficial — que é prova, inclusive em caso de disputa.

Isso reduz risco trabalhista, reduz retrabalho e protege sua margem.

Se você quer parar de perder dinheiro com mão de obra e começar a rodar obra com controle, organização e lucro, o próximo passo é simples:

Agende uma demonstração do OBRANAMÃO e veja como aplicar esse controle na sua obra, já nas próximas semanas.

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Related Posts

Open chat
Fale Conosco!
Ótimo, fala conosco que logo falaremos com você